Ele já apareceu por aqui, no post do Cainan ( http://bit.ly/ZJlQeM). Mas com uma oficina tão
rock’n roll como essa, eu não poderia deixar de entrevistá-lo não é mesmo?
Rogério Pelizzari é professor no curso de Publicidade e
Propaganda (sim, eu tenho a honra de ter aulas com ele rs) e trouxe toda a sua
expertise com as oficinas de “Rock
Nacional dos anos 80 e 90: dos filhos da revolução aos filhos”, “Comunicação de São Paulo na Copa do Mundo:
erros e acertos” e “Comunicação,
consumo e rock’n roll”.
Formado em Publicidade e Propaganda e Jornalismo, é mestre em
Ciência da Comunicação e especialista em Gestão da Comunicação. Além de todo
esse currículo, é músico amador com banda e álbum gravado. Devido a sua
primeira oficina de rock em 2013 e o envolvido com a organização da sua banda
como projeto paralelo, fez do hobbie, trabalho. Até aqui, já deu para perceber
a sua relação com a música e, principalmente com o rock?
Segue uma pequena entrevista que fiz com o Professor Rogério
no ultimo dia da Semana de Comunicação:
Por que trazer este
tema para uma oficina apresentada aos alunos de comunicação?
Rogério: Acredito que cada vez mais fica claro que a dominação,
para quem faz parte das classes menos favorecidas, tem sido exercida, sobretudo
em função de questões culturais. Vejo o rock como um movimento, um ritmo, uma
forma de comportamento que essas classes tem se apropriado, inclusive para
construir sua música original. É como se fosse o discurso dos subalternos. Por
exemplo, uma banda como Planet Hemp, O Rappa e Nação Zumbi, falam de
comportamentos, atitudes e discursos que defendem as classes menos favorecidas através
de suas músicas. Acredito que o rock, do ponto de vista social, como forma de
manifestação e de diálogo, contribui para a transformação e como caminho para o
pensamento autônomo.
Agora, pensando como um publicitário e falando do ponto de
vista da comunicação, o rock passa a ser um objeto de comunicação de massa por
excelência, muito influenciado e muito influenciável. Basta prestar atenção em
pessoas do nosso dia a dia, que usam calças rasgadas ou um corte de cabelo
estilo moicano. Muitas vezes, essas pessoas nem gostam do rock como estilo de
música. Na verdade, essas atitudes são formas de expressão, originalmente
trazidas pelo rock e que ultrapassam barreiras culturais.
O ápice da oficina
foi comparar Jon Bon Jovi com Show da Xuxa. Será que seria possível resumir um
pouco essa relação do Rock como produto?
Rogério: Apesar do percurso histórico, o rock desde a sua origem, em
meados dos anos 50 e especialmente ao longo das suas primeiras três décadas de
existência, teve todas as características que marcam a indústria cultural e a
ideia de produto: música simples, curta, com refrão fácil de decorar e,
sobretudo que se transforma em algo que é além da música. O rock tem uma
variação de atitude, da forma de se vestir, é algo que vai além do que é rock
em sua essência musical. Não é simplesmente um som para se curtir, é comportamento,
é religião, ideologia.
Trazer o rock para uma discussão como essa é mostrar que,
como todo produto de massa ele transcende o seu propósito original para o
espetacular, para o que é midiático e o que daria audiência.
Qual a importância de
uma Semana de Comunicação para os alunos?
Rogério: A Semana da Comunicação é uma prova do crescimento,
consolidação e amadurecimento dos cursos de comunicação da FIAM. Um evento
deste porte é a oportunidade dos alunos entrarem em contato com profissionais
do mercado, de áreas as mais variadas, de se relacionarem com estudantes de
outras habilitações e participarem de oficinas que transcendem o currículo
oficial da faculdade.
Qual a melhor forma
dos alunos aproveitarem os conteúdos passados durante a semana de comunicação?
Rogério: Penso que, em primeiro lugar, o cardápio de palestras
e oficinas foi bastante amplo, com alternativas para todos os interesses. Por
outro lado, entendo que o estudante de comunicação, independente do curso,
jornalismo, publicidade, rádio, tv e vídeo ou relações públicas, tem de ter uma
formação diversificada, que abranja o maior número de experiências possível.
Como professor, o que
você espera após um evento como esse?
Rogério: Espero que a Semana da Comunicação seja uma
oportunidade de troca e de intensa participação da comunidade acadêmica da
FIAM. Para nós professores é também um momento primordial para a apresentação
de projetos com os quais temos afinidade e que entendemos agregar valor para os
alunos. São também encontros propícios para o compartilhamento de experiências,
com os alunos oferecendo sua rica contribuição para o processo de constante
formação de todos nós e para o aprimoramento dos cursos envolvidos.
E como não podia deixar de ser, pedi para que o professor
Rogério listasse para nós uma playlist com as músicas que ouvimos durante sua
oficina.
Aproveitem!
“Love is
blind” (David Coverdale): https://www.youtube.com/watch?v=8__7A9tcyQs
“Livin’ on
a prayer” (Bon Jovi): https://www.youtube.com/watch?v=lDK9QqIzhwk
“Help the
poor” (B.B. King e Eric Clapton): https://www.youtube.com/watch?v=o96V9f1YnaI
“The Fat
Man” (Fats Domino): https://www.youtube.com/watch?v=aIz1cPfTRW4
“Let’s Go
Trippin’” (Dick Dale): https://www.youtube.com/watch?v=W1gskj1VQR0
“Great
balls of fire” (Jerry Lee Lewis): https://www.youtube.com/watch?v=7IjgZGhHrYY
“Jailhouse”
(Elvis Presley): https://www.youtube.com/watch?v=fbre48NgBOg
“Think”
(Aretha Franklin): https://www.youtube.com/watch?v=hsL9UL9qbv8
“Thunderstruck”
(ACDC): https://www.youtube.com/watch?v=v2AC41dglnM
“Something
in the way” (Nirvana): https://www.youtube.com/watch?v=jDyvClUsCJU
Aline Bomfim é aluna do 4ª semestre do curso de Publicidade e Propaganda do FIAMFAAM Centro Universitário, campus Vergueiro. No Blog SP FIAM faz entrevistas e aborda conteúdos sobre eventos e cursos que contribuam para a formação profissional em Publicidade e Propaganda.
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